quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A proliferação dos Partidos políticos na Guiné-Bissau- (estudo de caso)
Para muitos cidadãos nacionais e estrangeiros tem sido constante a questão:o porquê de tantos partidos políticos num pequeno país como a Guiné-Bissau?

Num País com menos de 2 milhões de habitantes, e com 45 anos de vida, enquanto nação livre e" indipendente"?
sem dúvida é uma pergunta difícil de responder sem o conhecimento de causa.

Mas uma coisa é certa, vé-se logo que há uma desorganização total da sociedade, e uma imcompreensão do jogo político na Guiné-Bissau..

Não seria justo fazer esta reflexão sem realçar os 3 grandes momentos que serviram de premissas para este estado de coisa e de pensar:

1. A opção violenta escolhida pelo PAIGC de fazer a luta contra o colonialismo português, em deterimento da opção proposta pelo FLING e apadrinhado pelo regime de Dacar;

2. A luta interna no PAIGC durante a Luta, sobretudo a relação entre os Nativos da Guiné e os Cabo-verdianos;

3.O Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980.

 Hoje em dia, muitos analistas associam a guerra civil de 1998 a estas premissas. depende do ponto de vista, mas também é discutível e carece de muitos fundamentos.

Podemos até dizer, que foram estes 3 momentos que arrastaram e motivaram a Guerra Civil de 1998/99.

desde os primórdios da mobilização para a fazer face ao jugo colonial, sempre havia mostras de ganância ao Poder. porque os movimentos que existiam na altura nunca souberam converger-se . 

Cada um queria tomar o protagonismo de luta e apresentar-se frente ao regime colonial como único e legítimo  negociador do território ultramar da Guiné Portuguesa.

E para isso foram feitas muitas coisas para liquidar o adversário, como é literalmente conhecido a história daquele ato criminoso perpretado contra os dirigentes da FLING numa elodida visita a Zona Norte do País, concretamente a Zona de Morés, na altura controlada já pelas forças do PAIGC.

Durante a Luta, as mortes dos grandes combatentes a partir do ano 1970.Incluindo assassinatos em massa no inquérito a morte do Amilcar Cabral.

14 de Novembro de 1980 foi o culminar da guerra entre Guineenses e Cabo-Verdianos no seio do PAIGC, luta pelo poder e pelo controlo das riquezas do nosso País.

depois de 14 de Novembro de 1980 houve sim mudanças positivas na economia, mas também foi o inicio da roubalheira total, do desmando, aumento do totalitarismo,da impunidade e do nepotismo.

7 de Junho foi uma tentativa falhada de voltar átras e recolocar o País no eixo do desenvolvimento. Mas, tudo falhou, porque como  dizia amilcar Cabral, "temos que saber lutar e combater  a pequena burguesia".

depois do falhanço de 7 de Junho, surgiu um novo fenómeno que eu denomino em crioulo" Ninguin i Ka Ninguin". ou seja,Ninguém é ninguem e todos nós podemos ser Presidentes, Ministros, Diretores, Generais, Predidentes de partido político, etc...

Não há perfís para nada, não há termos de referencia para nada, e tornamos num  País "de Ntem sorte". Sim, o homem precisa de ter sorte na vida,mas também precisamos de estar e ser preparados para a vida. 

Segundo as estatísticas oficiais, atualmente existem cerca de 45 Partidos inscritos na Guiné-Bissau e nem todos estão empenhados na luta séria para o poder.isto porque,muitos destes Partidos nem sedes têm, muitos deles sem estruturas, e esperam as oportunidades para entrarem num governo de unidade nacional,ou para terem alguns benefícios que a lei lhes oferecem.

 Talvez, o país precisava de pelo menos 4 Partidos politicos para animar a democracia, n governo e a oposição.

E, se esta tendência continuar, dentro de mais 10 anos a Guiné-Bissau contará com cerca de 100 partidos politicos legalmente constituidos e teremos cerca de 500 Generais no universo de 10.000 efetivos das Forças Armadas, 40% serão Oficiais Superiores, sem contar com os Polícias, e outras Forças integradas no Guarda Nacional.

Por isso, convido aos Guineenses a uma reflexão séria, sobre que tipo de país queremos? 

Que tipo de sociedade queremos deixar para os nossos filhos?

Será que não estamos a levar tudo isto de ânimo leve, e deixar o país em chamas?
Ajudem-me a pensar, e vamos abrir um debate público com auscultação a nivel nacional e na diáspora sobre este assunto que hoje já serve de chacota para muitos, mas que está na eminência de perigar a continuidade do Estado da Guiné-Bissau daqui há poucos anos.
Que Deus abençoe a Guiné_Bissau,
Blungudjibá

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