“OUVIDO DE MERCADOR”...
A expressão significa "fazer orelhas moucas", "fazer de conta que não se ouviu", "não ligar ao que dizem". O “mercador ”(tipo djila) era alguém, (na Europa e não só), que se dedicava a vender bens ou objectos, viajando de terra em terra ou de um país para outro. O seu êxito consistia mais àquilo que dizia aos clientes do que àquilo que os clientes lhe diziam. Pelo menos é o que parece que está a acontecer na nossa terra, neste momento.
O Presidente de todos os guineenses chamou aten ção, à sua chegada a Bissau, no dia 31 de Outubro, sobre o assunto da explora ção dos nossos recursos naturais, mas parece que h á quem esteja interessado em fazer “ouvido de mercador ” a esses assuntos. Para al ém de afirmar que o nosso pa ís não está preparado para explorar os recursos naturais, disse que o “assunto” está na praça pública pelo que aconselha debate nacional à propósito. Acrescentou ainda que uma explora ção dos recursos naturais neste momento serviria apenas interesses de “um grupinho” de guineenses, observando que a Guin é-Bissau é de todos os guineenses e que cada um de n ós tem as suas responsabilidades.
Mas, ao contrário desse apelo, estamos a escutar que o Porto de Sines (Portugal) recebeu, h á dias, visita de uma comitiva da Guin é-Bissau composta por cinco t écnicos, tendo em vista a constru ção do Porto de águas profundas de Buba. E que a comitiva foi acompanhada pelo director de Opera ções da empresa Bauxite de Angola, considerada a entidade que ser á uma das principais utilizadoras do futuro porto.
Ok! Só vos digo que continuem a governar, assim, nas costas do povo e depois não se queixam. A legitimidade de governação tem limites na nossa terra. A história política recente é testemunha!
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